Parada cardiorrespiratória ‘cala’ Wills Leal, uma das vozes mais ouvidas do turismo paraibano

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Uma parada cardiorrespiratória ‘calou’ uma das vozes mais controversas do turismo paraibano. Na madrugada desta quinta-feira (7), o escritor, jornalista e crítico de cinema Wills Leal morreu aos 83 anos em casa. O velório vai acontecer na Mortuária São João Batista e, a pedido dele, será cremado.

Natural de Alagoa Nova, na região do Brejo da Paraíba, Leal se formou em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de João Pessoa e em Línguas Neolatinas, pela Universidade Federal da Paraíba, especializando-se em Língua e Literatura Francesa.

Mas, em sua atividade profissional, na realidade, se tornou um verdadeiro professor. Trabalhou como o primeiro ombudsman da imprensa paraibana, atuando no extinto jornal “O Norte”, que tinha o seu irmão, Teócrito Leal, como um dos diretores.

O segmento turístico foi a sua grande paixão. Com a sua postura, para muitos, até agressiva na defesa de seu ponto de vista, Leal foi somando alguns grandes amigos, assim como muitos críticos e desafetos. Criou na Paraíba a seccional da Associação Brasileira dos Escritores e Jornalistas de Turismo – Abrajet-PB, comandando como presidente por muitos anos.

O cinema era outra grande paixão. Crítico cinematográfico, publicou inúmeros trabalhos em jornais, em revistas especializadas e até no exterior. Foi um dos perseguidos pelo regime militar de 1964, considerado “subversivo” por suas posições libertárias. Ingressou na Academia Paraibana de Letras em 29 de maio de 1992, recepcionado pelo acadêmico José Octávio de Arruda Mello. Wills Leal também é um dos fundadores da Academia Paraibana de Cinema (APC), da qual foi presidente.

Também foi o criador um dos símbolos do cinema nordestino com o título dado à cidade de Cabaceiras, no cariri paraibano, de Roliúde Nordestina. O município é um dos principais cenários para a produções cinematográficas, bem como para ensaios fotográficos. Várias produções da Rede Globo e do cinema nacional utilizaram a paisagem de Cabaceiras, como o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e Onde nascem os fortes, de George Moura e Sérgio Goldenberg. Leal foi um dos criadores também da Festa do Bode Rei, em Cabaceiras.

Fábio Cardoso