Heron Cid reúne jornalistas da Paraíba para debater sobre demandas da categoria

Cotidiano Fábio Cardoso

Estivemos participando de um debate com o jornalista e candidato a deputado federal, Heron Cid, na noite desta terça-feira, 13, no Hotel Verdegreen, em João Pessoa, oportunidade em que pudemos discutir e expor algumas ideias relacionadas ao exercício profissional do jornalista e os imensos gargalos enfrentados pela categoria na atualidade. Foi um momento importante nesses tempos de Fakes News e de muita interação nas redes sociais e pouco diálogo olho a olho, frente a frente.

Do resumo desse debate, que reuniu profissionais como Rubens Nóbrega, Marcos Wéric, presidente da API ; Joseval Pereira, Gutemberg Cardoso, Moisés Marques, presidente do Sindicato dos Radialistas; Fábio Targino, presidente Associação de Mídia Digital; Luís Henrique, presidente da ABRADI; entre outros nomes de destaque na Paraíba, destaco a necessidade de uma reforma trabalhista imediata, a regulamentação da profissão do jornalista, mas, sobretudo, a necessidade de criação de um conselho que possa ser o mediador legal para o democrático exercício da profissão. Não adianta combater o exercício ilegal da profissão, denunciar má fé de muitos profissionais, processar por difamação ou calúnia, ou os dois, flagra fakes news, se não houver punição.

Sem punição, muitos desses crimes continuarão a acontecer e a imagem do jornalista, já tão desgastada, entrará num caminho sem volta. O próprio exercício da nossa profissão está em risco, com tantos outros elementos que estão surgindo e me parece que as nossas instituições de defesa, como sindicatos, federações e associações estão inertes neste momento tão delicado.

Sou a fazer da democracia e liberdade de expressão, mas não podemos admitir o exercício ilegal da profissão. Temos de trabalhar pela legalização e de termos um mecanismo que tenha poder de fiscalizar e punir. Não interessa às empresas nem a legalidade, muito menos um conselho. Os empresários querem tornar os profissionais em empreendedores, mas, na realidade, a intenção é tornar o jornalista em PJ – pessoa jurídica -, para ter mecanismo para explorar ainda mais e remunerar muito menos.

Aqui não vou me ater a comentar sobre os pseudos jornalistas de redes sociais, aos quais chamamos de influenciadores digitais. Esses são outro tipo de profissionais, que fazem seu trabalho honestamente, mas não se enquadram no nosso duro exercício profissional, de pensar, elaborar textos, pesquisar, raciocinar. Pelo menos entendo assim. Esses, com celulares de última geração, fazem seus stories, suas selfies que, para quem banca, tem mais efeito, mas entendo também que seja algo passageiro. Um influenciador digital jamais entregará uma notícia como os jornalistas. 

De modo geral, esse encontro foi muito bom e proveitoso. Espero que o amigo Heron Cid tenha sucesso em sua campanha e pretensão de se eleger deputado federal e que represente essa nossa categoria que tem sofrido nos últimos anos, em especial durante a pandemia da Covid-19, com fechamento de vagas de trabalho, encolhimento de salários, pressão para desvio de função e medo de perda de emprego em um cenário nada promissor. 

Fábio Cardoso