Mais três empreendimentos hoteleiros devem ser anunciados para se instalar no Polo Turístico Cabo Branco

Destaque Paraíba

A rede hoteleira de João Pessoa (PB) está em processo de mudança do patamar de atendimento e, consequentemente, exigência. A partir do início das obras de dois resorts no Polo Turístico Cabo Branco – Ocean Palace Jampa Eco Beach Resort e Amado Bio & Spa Hotel – haverá um incremento de mais de 1,7 mil apartamentos, porém, após a conclusão de todo o projeto, a capital paraibana passará a contar com a oferta de mais de 14 mil apartamentos.

A grande notícia nesse sentido deve ser anunciada nas próximas semanas. O TURISMO EM FOCO teve informação exclusiva de que serão anunciados mais três empreendimentos hoteleiros como novos investidores no Polo Turístico, com um aporte financeiro de R$ 450 milhões e geração de 3,4 mil empregos diretos a partir do início da operação. Dois hotéis serão construídos próximos a Jacarapé e o terceiro do lado oposto. Serão abertos 1,2 mil apartamentos.

Os nomes dos empreendimentos e das empresas investidoras estão ainda em sigilo. Somente um dos projetos abrirá 600 unidades habitacionais de alto padrão e investimento superior a R$ 200 milhões. Todos os projetos já estão em stand by para serem apresentados ao trade turístico paraibano, o que deve ocorrer num prazo máximo de 30 dias. Um dos grupos queria acelerar essa divulgação, mas os outros dois preferiram aguardar mais um pouco.

Em contato com a reportagem, o presidente da Cinep – Companhia de Desenvolvimento da Paraíba, Rômulo Polari Júnior, confirmou a ocupação desses três equipamentos no Polo Turístico, mas preferiu manter os nomes ainda em sigilo. Um desses grupos seria estrangeiro, porém, o executivo não confirmou essa informação. Também não desmentiu.

Mais de 7,5 mil empregos qualificados

A vinda de novos equipamentos hoteleiros para o Polo Turístico do Cabo Branco tem revelado um misto de dever cumprido, misturado com preocupação. É que o projeto prevê a abertura de mais de 7,5 mil empregos diretos especializados e de qualidade acima do oferecido pela rede hoteleira paraibana na atualidade. Serão resorts que irão atrair um cliente com um nível social mais elevado, exigindo maior qualificação no atendimento e serviços.

A busca por essa mão de obra especializada e qualificada fez com que o Governo do Estado pensasse em solução prática, o que deu espaço para atacar outro gargalo no entorno do Polo Turístico, que são as ocupações de áreas que circulam os lotes onde estão sendo construídos os empreendimentos. Somente para instalar cercas de proteção, foram gastos R$ 2,26 milhões para 12 km de distância.

De acordo com Polari, a consolidação do Polo passará pela construção de pelo menos mais cinco equipamentos, o que demandará um número considerável de mão de obra, tanto no processo de construção, como na operação. “A gente vai ter uma grande demanda de obras durante a construção, aquela mão de obra profissional como pedreiro, servente, carpinteiro, e uma grande oferta de mão de obra quando as obras estiverem prontas, como recepcionistas, camareiras, garçons, barmen, chefs de cozinha, auxiliares, isso para uma hotelaria com padrão A”.

Pelas contas do executivo, se está falando em 7,5 mil empregos diretos que precisam pensar nessa capacitação. É nesse processo que o Governo atacará um outro gargalo social provocado com as ocupações: o desemprego e a falta de renda familiar. “Ali na comunidade Cidade Verde, abraçando as outras como Aratu, Jacarapé, Iraque, pretendemos implantar uma escola de Gastronomia e Hotelaria associada ao Polo Turístico, matando dois coelhos numa cajadada só”, afirmou.

“A gente vai gerar vagas de empregos para as pessoas que vivem naquelas comunidades, que ficam no entorno do bairro de Mangabeira, que hoje são mais de 100 mil habitantes. Há um espaço que estará precisando de empregados e extremamente qualificados. Então, se você pensar  no impacto social disso, em especial nos jovens, que têm duas opções na vida: seguir por um caminho sem futuro, ou buscar qualificação e se tornar até um chef de cozinha internacional, começando a trabalhar em um hotel cinco estrelas no Polo Turístico. Isso é um divisor de água social muito grande que o projeto do Polo está trazendo com ele”, pontuou Polari.

Já existem exemplos pelo país de escolas de Gastronomia e Hotelaria, como em Fortaleza (CE), construídas próxima a uma comunidade carente. “Já estivemos conversando com o pessoal da Fecomércio da Paraíba para buscar criar mecanismos para atender toda essa demanda. Somente naquela área, serão construídos mais de 14 mil apartamentos, mais do que João Pessoa tem atualmente. João Pessoa tem 12 mil apartamentos, mas você engloba tudo, hotel, pousada, hostel, motel.” 

Vila de pescadores será instalada no Polo

O projeto do Polo Turístico também irá resolver um outro gargalo antigo naquela área, que é a ocupação na faixa de areia por 45 famílias de pescadores que sobrevivem do comércio em Jacarapé. O Governo do Estado entende que a criação de uma Vila de Pescadores, inserindo essas pessoas no local, seria mais uma grande atração turística. 

“A gente está trazendo eles para dentro do projeto, instalando o futuro equipamento para um local de maior fluxo de turistas. Não estamos escondendo ou colocando para longe, estamos resolvendo um problema histórico de décadas e ao mesmo tempo inserindo todos no projeto do Polo Turístico. Não tem um produto turisticamente melhor do que uma vila tradicional de pescadores, onde será servido um pescado fresco ali da região, com seu artesanato, economia criativa dessa comunidade.”

Fábio Cardoso