O presidente da Fundação Casa de José Américo de Almeida – localizada na praia do Cabo Branco, em João Pessoa (PB) -, Fernando Moura, afirmou com exclusividade para o TURISMO EM FOCO que será aberto no local um Núcleo de Arqueologia e que o governador da Paraíba, João Azevêdo, já autorizou a realização de um concurso público para preenchimento de vagas de antropólogo, museólogo, historiador, arquivista, uma série de profissionais dessa área e que não existe no estado. A Secretaria de Administração está analisando o processo.
O projeto de criação do Núcleo Arqueológico surgiu por conta de uns achados dentro da própria sede da Casa de José Américo, conforme Fernando Moura. Ele disse que durante a pandemia da Covid-19 foram encontrados sacos em um ambiente do prédio. “Neles existiam artefatos que estavam lá desde a época de 90, quando foi elaborado um projeto com recursos de financiamentos externos – chegaram arqueólogos do Brasil e exterior aqui – e foi feito um levantamento dos circos arqueológicos da Paraíba, foi publicado um mapa, um catálogo, com esse mapeamento e foi esquecido em uma sala da Fundação”, afirmou.
Todo o material foi enviado para UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), que tem um laboratório de Arqueologia. “Então, eles pegaram, limparam, catalogaram, classificaram, dataram já que não tinha nada feito nesses aspectos e agora, em parceria com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), por meio de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), eles conseguiram recursos para fazermos uma reforma em uma área da Fundação para receber esse material como reserva técnica, com guarda, e também como área de exposição. Esse material deve chegar lá até o final do ano, quando a gente vai começar a circular pela Paraíba”.
O presidente da Casa de José Américo afirmou que todo esse material será levado para as escolas do interior paraibano e destacou a importância da abertura do Museu de Arqueologia de Pilões, inaugurado na segunda-feira (10), como parte da programação da Rota Cultural Caminhos do Frio. “Então, você ter um museu como esse aqui em Pilões reforça essa circunstância arqueológica que na Paraíba é extremamente favorável. O problema é que nós não conhecemos ainda nada nesse aspecto”, enfatizou.
Os artefatos encontrados na Casa de José Américo são ossos, crânios, pedras, flechas, artefatos indígenas, pontas de lança, entre outros. “É uma série de artefatos que retratam pelo menos quatro a cinco mil anos antes do presente. Então, a gente tem um material super substancioso e que conta a história da Paraíba em sua pré-história e iremos começar a entender um pouco a partir dessas projeções que esses espaços arqueológicos podem permitir”.
Fernando Moura destacou ainda, que o Núcleo de Arqueologia será também mais um equipamento técnico de guarda e de visitação, porque será aberto um espaço expositivo para que, principalmente, a classe estudantil tenha acesso para ampliar pesquisas.
Fábio Cardoso – Turismo em Foco viajou a convite da PBTUR
