Ruth Avelino afirma que fez o melhor dela na PBTUR e que saiu com o “nome limpo”

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A executiva Ruth Avelino admitiu, na semana passada, durante um Podcast com o colunista Gerardo Rabello, que sentiu o baque da saída inesperada da presidência da PBTUR – Empresa Paraibana de Turismo, no começo deste ano, por “ter aquela coisa da perda”. Entretanto, foi enfática ao afirmar que fez o melhor dela nos 12 anos que esteve à frente da estatal e que saiu com o “nome limpo”, sendo uma referência exaltada até mesmo pelos membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Antes de assumir a presidência da PBTUR, a jornalista formada na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – no primeiro mandato do então governador Ricardo Coutinho, em 2011 -, já havia sido coordenadora de imprensa da empresa, em 1991, a convite do então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima. Permaneceu no cargo no governo seguinte – de José Maranhão -, quando saiu com a eleição de Cássio Cunha Lima, em 2003.

Apesar de ter deixado a estatal, Ruth Avelino não se afastou por muito tempo do Turismo, já que em 2004 recebeu um convite do então prefeito eleito Ricardo Coutinho para assumir a Secretaria de Turismo de João Pessoa. Ela declinou do convite, afirmando que ainda não estava preparada para assumir tamanha responsabilidade, preferindo ficar no setor de Marketing da própria Setur-JP – o empresário Romeu Lemos assumir a Pasta -, área que exerceu também na Secretaria de Comunicação de João Pessoa posteriormente.

Passados oito anos, a jornalista conta que ficou surpresa quando o então governador Ricardo Coutinho a convidou para assumir a presidência da PBTUR, inclusive, estava na Venezuela, país do marido, Wilfredo Maldonado. “No começo não iria aceitar, mas pensei que era o momento de encarar o desafio e procurar fazer o melhor para o desenvolvimento do turismo paraibano”. A indicação dela para o cargo foi comemorado por todo o trade turístico.

Ruth Avelino conta que os anos à frente da PBTUR foram de muito trabalho. Por sempre ter militado no setor, sabia o que tinha dado certo e errado em termos de política pública para o Turismo. Sabia, entre outras coisas, “que o presidente só faz andar as coisas se tiver respaldo do governo”. E foi o que aconteceu de certa forma, tanto com Ricardo Coutinho, como com João Azevêdo que, ao sucedê-lo, optou por mantê-la no cargo.

Nesses anos, a jornalista afirma que fez muita coisa e que os resultados que estão colocando a Paraíba como um dos destinos mais procurados do Brasil na atualidade têm muito desse esforço, claro, contando com o apoio irrestrito dos empresários do setor. “A mentalidade dos empresários e até mesmo do governo mudou muito e hoje colhemos os frutos dessa mudança”, disse. “Sai da PBTUR triplicando o valor do orçamento anual dela”.

Quando assumiu a PBTUR, conta, para exemplificar os excelentes resultados, o Aeroporto de João Pessoa só recebia oito voos por dia – atualmente são 32 operações com perspectiva de ser ampliado. “Hoje temos voos para Patos e Cajazeiras, o aeroporto de Campina Grande se transformou em um Hub regional da Azul”, entre outras ações as quais tivemos participação no processo de negociação”.

“Esqueça o antigo Castro Pinto”

Ela abriu um parêntese sobre o Aeroporto Castro Pinto, dizendo que todos devem esquecer o que ele era antigamente, antes da Aena Brasil assumir a sua administração por meio de leilão. “Hoje temos um aeroporto capaz de atender a todos com muito conforto, comparado aos melhores aeroportos do Brasil e quem sabe do mundo”, disse. “Nesse sentido temos que parabenizar a Aena pelo excelente trabalho que vem fazendo desde que assumiu a sua administração, em 2020”.

Ruth Avelino lamenta não ter conseguido colocar a Paraíba no mapa do mundo da aviação comercial, com um voo internacional regular – atualmente recebe um voo semanal aos sábados da Argentina, operado pela Gol Linhas Aéreas. E também acredita que poderia ter avançado um pouco mais para ampliar a malha aérea. “Eu fiz o meu papel e estou muito feliz por ter contribuído com tudo isso que estamos vivenciando agora”.

Durante o Podcast, Ruth Avelino falou um pouco dela. Natural da cidade alagoana de Ibateguara, o pai era caminhoneiro e por isso teve que morar em muitas cidades, como Caruaru (PE), Teresina (PI) e Campina Grande (PB). Era atleta e tinha a pretensão de fazer Educação Física, mas desistiu quando teve um problema no joelho que a incomoda até hoje. A outra opção foi Jornalismo.

Como jornalista, ela descobriu várias veias que tinha, fazendo parte da primeira equipe da TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo, que estava se instalando na Paraíba;  foi comediante ao lado de seu compadre Cristóvão Tadeu, talvez precursores dos stand ups;  e como promotora do Assustado, uma festa criada há 22 anos e que faz parte de cena cultural da cidade tocando músicas dos anos 60, 70, 80 e por aí vai. “Tem pessoas que me disseram que só saem de casa para curtir o meu Assustado. Se fosse optar entre a PBUTR e o Assustado não pensaria duas vezes a ficar com a festa que promovo, que é minha”.

Em quase uma hora de entrevista, Ruth Avelino não fez qualquer referência negativa sobre a sua saída da PBTUR, preferindo comentar os grandes momentos que passou na estatal e a qual disse ter vivido intensamente, sem férias, sem hora para chegar em casa, sem tempo para se dedicar até mesmo à família. Fora da empresa, tem curtido a vida com mais leveza, cuidado da saúde, acompanhado mais de perto a filha Ceci – que mora há 11 anos na Europa -, a se dedicando ao trabalho de Marketing da Secretaria de Comunicação a convite do secretário Nonato Bandeira. O futuro, a Deus pertence.

Fábio Cardoso