Nas próximas horas, o país atingirá 1 milhão de casos confirmados da Covid-19 e quase 50 mil óbitos

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Passados três meses desde o 1º caso, o país chega, nesta semana, a triste marca de 1 milhão de pessoas infectadas e quase 50 mil óbitos por Covid-19. Em números absolutos superamos Itália e Espanha, que já foram “epicentro” da doença no mundo. Agora, só estamos atrás dos EUA. A boa notícia é que já dá pra ver, “de longe”, uma luz no fim do túnel. A curva do número de óbitos diários, cujo recorde foi de 1.473 óbitos/dia (em 4 de junho), dá sinais de ter chegado ao pico da doença. Isso pode ser visto pelo comportamento da média móvel de 7 dias. Esta média parece ter estacionado em um “platô” próximo a 976 óbitos/dia.

A abertura da economia, no entanto, está se dando antes que se consolide a tendência de queda. A apenas dois dias, batemos o recorde de novos casos confirmados por dia (quase 35 mil, em 16/junho). Como os óbitos futuros são uma proporção quase constante (5%) dos novos casos de hoje, isso significa que, daqui a 2 semanas, corremos o risco de ter novo recorde de óbitos/dia. Ou seja, existe o risco de que aquele “platô” volte a ser superado. Para que isso não ocorra, continuam necessários: ficar em casa; distância de 2 metros; e uso de máscara. Ajudaria também a adoção de uma política de testes para identificar onde a doença se espalha mais rapidamente. Isto poderia viabilizar a adoção de medidas de isolamento mais severas pontuais nesses locais.

Até aqui, Amazonas, Ceará, Pará, Rio de Janeiro e Pernambuco foram os estados mais afetados, com mais de 40 óbitos para cada cem mil habitantes. Belém, Fortaleza, Recife, Manaus e São Luís, as capitais mais afetadas (entre 60 e 120 óbitos em cada 100 mil habitantes). Mas, como veremos abaixo, alguns destes estados (e cidades) já estão na parte descendente da curva.

São Paulo possui o maior número de infectados pela Covid-19, no Brasil (quase 200 mil infectados e 12 mil óbitos). Os dados espelham bem a situação nacional. A média semanal de óbitos diários (237/dia) não consegue ceder deste “platô”, já que os novos casos confirmados e mortes, por dia, continuam a se expandir (389 mortes só em 17 de junho). Segundo Secretaria de Saúde do Estado, as mortes continuam concentradas em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 74% dos óbitos. E já há casos em 90% dos municípios do Estado. O avanço da doença acontece no momento de flexibilização  da quarentena. O Estado deu início à reabertura gradual do comércio no dia 1º de junho. O projeto de retomada econômica foi anunciado pelo governador após 64 dias de quarentena geral no Estado, período que se mostrou insuficiente para fazer a curva cair (quando a taxa de isolamento social ficou acima dos 50%).

Rio de Janeiro – Na última sexta-feira (12/06) completaram 100 dias desde que o primeiro caso da Covid-19 foi confirmado no estado. Desde 2 de junho, o Rio começou a flexibilizar as medidas de isolamento social. Justamente quando foi registrado o recorde de 324 óbitos/dia. Não obstante, a média semanal já caiu para 143 óbitos/dia e parece ter iniciado a fase de queda da curva. Shoppings voltaram a reabrir no dia 11/06 com horário reduzido. As atividades ao ar livre também estão liberadas. Em meio a denúncias de corrupção, troca de secretários e promessas de hospitais de campanha, o estado possui a maior taxa de mortalidade per capita do Brasil, são 481 mortes per capita e uma taxa de letalidade de 9,6%, bem superior à média nacional.

O Ceará se aproxima de 90 mil casos e 6 mil óbitos,  sendo o terceiro estado mais afetado pela Covid-19 no Brasil. A curva da doença, medida pela média móvel de 7 dias de óbitos diários dá sinais de tendência de queda. Entre os mortos, há pelo menos 32 no grupo de crianças e adolescentes com até 19 anos de idade. A taxa de letalidade da doença está em 6,3% e cerca de 72% das UTIs estão ocupadas. Em 1/6 teve início o plano de retomada das atividades econômicas no estado. Ele prevê uma fase de transição seguida de outras quatro, cada uma com 14 dias. Setores do comércio, lojas de construção civil, óticas, dentistas e cabelereiros já podem retornar na primeira fase. Já as escolas retornarão apenas na última, que tem previsão de início em 20/7. O interior do estado está na fase de transição, com exceção de quatro cidades da região norte que estão em lockdown (Sobral, Camocim, Acaraú e Itarema). Na capital, a primeira fase do plano de retomada teve início em 8/6 e deve se estender até o dia 21 do mesmo mês.

Assessoria de Imprensa