Em webseminário, trade turístico garante que o Destino Paraíba está pronto para o ‘novo normal’

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As pessoas não vão deixar de viajar, seja a trabalho ou a lazer, mas, certamente, haverá um novo comportamento e o setor turístico deve estar preparado para apresentar novos produtos, novos conceitos e, principalmente, buscar meios de convencer os clientes de que seus produtos, além de atrativos, são seguros.

Durante o webseminário realizado pelo Portal Agência NE9, na noite desta segunda-feira (29), que debateu as perspectivas do Turismo na Paraíba pós pandemia do coronavírus, as palavras de ordem eram basicamente as mesmas: segurança sanitária, protocolos, qualidade, estabilidade financeira, sustentabilidade, mais cobranças e exigências, entre outros.

Entre as afirmativas dos convidados, uma dela se destacou. A empresária Christiane Teixeira, diretora da Luck Receptivo João Pessoa, se mostrou preocupada com a forma de como a comunicação com os clientes deve ser feita. De acordo com ela, é preciso passar segurança, mas também o desejo dele visitar os destinos.

A comunicação será um diferencial e, conforme a professora Joelma Abrantes, do Curso de Hotelaria/UFPB, pesquisas apontam que algumas tendências do futuro novo turismo no mundo e, entre nove pontos, a Paraíba está inserida em todos.

De acordo com ela, uma das pesquisas aponta que destinos menos visitados podem inverter essa curva, pois passará a ser mais procurado. Os descolamentos dos turistas também serão menores, eles vão optar por percorrer distâncias curtas.

Duas outras tendências são as viagens mais conscientes, sustentáveis, e com um tratamento mais humanizado. “Os turistas vão preferir espaços mais abertos, apostando no Ecoturismo, e muitos vão preferir viajar sozinhos”, afirmou Joelma Abrantes.

Nesse sentido, a presidente da ABIH-PB (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Paraíba), Manuelina Hardman, destacou a preparação de um calendário de treinamentos e capacitações junto às principais operadoras de turismo do Brasil. Nesse contato, o Destino Paraíba terá a oportunidade justamente de se mostrar apto para atender as expectativas dos turistas.

O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares Restaurantes e Similares), Artur Lira, disse que a Paraíba não precisa inventar a roda nesse novo processo, porque a Paraíba “tem um grande produto”, mas, acima de tudo, precisa de reconhecimento do poder público no processo de pertencimento do destino. Esse pensamento não passa apenas na nomeação de dirigentes, mas em uma política proativa e permanente de turismo, com maior poder de investimento.

Ruth Avelino, presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), enfatizou que a qualidade na prestação dos serviços, referendado na criação de um Selo pelo Ministério do Turismo, deve ser compartilhada por todos, seja do poder público, seja pelos empresários. “Não adianta todos falarem sobre segurança, protocolos, se na hora de atender os turistas não cumprem. A responsabilidade é de todos, por isso, todos devem fazer a sua parte.”

A dirigente da estatal concordou com as colocações do presidente da Abrasel-PB, sobre a política de turismo e a falta de recursos para investir em divulgação. Porém, ela revelou que o orçamento anual da PBTur é o mesmo que o Ceará tem para investir em apenas um mês. “Não podemos fazer comparações, temos que trabalhar com o que temos, e estamos fazendo isso”.

A mudança de comportamento dos turistas de eventos também foi destacada pelo gestor do Centro de Convenções de João Pessoa, Ferdinando Lucena, e pelo presidente do Convention Bureau de João Pessoa, Marcus Abrantes. Segundo os dois executivos, os eventos passarão por muitas adaptações, seguindo um novo desejo dos congressistas, que serão ainda mais exigentes com a segurança e a individualidade.

A venda dos pacotes turísticos também foi analisado durante o webseminário. O presidente da Abav-PB (Associação Brasileira de Turismo), Breno Mesquita, advertiu que os turistas precisam procurar as agências de viagens para adquirir os pacotes de viagens, o que permitirá maior segurança.

As agências foram peças fundamentais para inibir a judicialização das relações com os clientes após a decretação da pandemia do coronavírus e o fechamento global das viagens. Essa relação, na opinião de Mesquita, precisa ser ainda mais de confiança.

O webseminário foi mediado por Tatiana Amaral e teve a participação também de Thiago Veloso (Curso de Turismo/UFPB), afirmou que o segmento precisa inserir nesses novos processos ainda mais tecnologia.

A advogada do Mouzalas Azevedo- Advocacia abordou as questões legais nessa nova relação entre os prestadores de serviços e os consumidores. Haverá uma mudança de hábito e será preciso cumprir as legislações, em especial, nos quesitos de segurança. “É preciso preservar a saúde de todos, sem jogar a sujeira para debaixo do tapete”.

Fábio Cardoso