Grupo Itapemirim pretende voar até 1º trimestre de 2021 com classe executiva

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A pandemia do coronavírus não interrompeu os planos do grupo Itapemirim – com tradição de quase 70 anos no setor de transporte rodoviário – de iniciar as atividades no setor aéreo brasileiro a partir de 2021. Segundo o UOL, o o CEO do grupo, Rodrigo Villaça, e o CEO da Itapemirim Linhas Aéreas, Tiago Senna, confirmaram que o planejamento para iniciar as operações já no primeiro trimestre do ano que vem.

Os dois executivos afirmaram que havia a expectativa de assinar o contrato de leasing dos primeiros aviões ainda neste mês de julho. A ideia de criação de uma nova companhia aérea brasileira surgiu em fevereiro deste ano durante uma viagem do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aos Emirados Árabes Unidos.

Na ocasião, o empresário Sidnei Piva, presidente da Itapemirim, anunciou um aporte de US$ 500 milhões de um dos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos.

Uma parte desse dinheiro seria usada para a criação da companhia aérea do grupo Itapemirim. Logo depois, no entanto, estourou a crise do novo coronavírus. O dinheiro ainda não veio, mas o CEO do grupo garante que, mesmo sem ele, a nova Itapemirim Linhas Aéreas irá decolar. Em uma rede social, Villaça tem dado dicas de que o projeto está andando e recentemente divulgou algumas maquetes de modelos de aviões que podem voar pela Itapemirim.

Três modelos de avião na disputa. A intenção do grupo é iniciar as operações no primeiro trimestre do ano que vem com dez aviões. O modelo ainda não foi definido. Estão na disputa o Airbus A319, o Boeing 737-700 e o Embraer 190/195. “Queremos um avião com capacidade entre 100 e 140 passageiros”, afirmou Senna. A empresa cogitou voar com o turbélice Q400, mas essa opção já foi descartada.

Na prática, no entanto, os aviões da Itapemirim devem voar com menos assentos do que a capacidade máxima do modelo escolhido. É que a nova companhia aérea pretende operar um modelo de negócio diferente do oferecido atualmente pelas empresas que voam pelo país.

A Itapemirim promete ir na contramão das companhias de baixo custo. A empresa pretende oferecer um serviço premium, com serviço de bordo diferenciado e classe executiva nos voos domésticos. “A intenção é voltarmos com as bebidas alcoólicas, com pelo menos uma dose de uísque para cada passageiro. Vamos voltar a dar um conforto a mais para o passageiro, que quer ter esse conforto. Resgataremos um pouquinho o que o passageiro da Varig não encontra mais no mercado”, disse.

A primeira inovação virá com a divisão do avião em duas classes de serviço, a econômica e executiva. “Se for um avião de 140 lugares, vamos operar com 120, 115 ou 110 lugares”, afirmou Senna. “Vai ter mais espaço também na econômica”, completou.

Para justificar a necessidade de um serviço premium, Senna relembrou até os anos dourados da aviação. “Voei muito na ponte aérea e o avião mais requisitado, independentemente de ser turboprop [truboélice], barulhento e turbolento, era o Electra. Todo mundo queria fazer o último voo do dia no Electra, às 5h da tarde para ir lá atrás na salinha fazer seu happy hour e tomar seu uísque para ir para casa depois de um dia de trabalho. E continua existindo isso [essa demanda]”, afirmou.

Redação com UOL