O Salão do Artesanato Paraibano, evento promovido pelo Governo do Estado e pelo Sebrae Paraíba que, neste ano, retomou o formato presencial e está sendo realizado na beira-mar da Praia de Cabo Branco, em João Pessoa, conta com cerca de 400 artesãos que trabalham com as mais diversas tipologias. Uma delas é Teresa Júlio que, desde 2007, encontrou uma das grandes paixões de sua vida: o artesanato da escama de peixe.
A artesã contou que, a partir da escama e do couro do peixe, é possível fazer desde acessórios, como colares e brincos, até ornamentos, como luminárias e lustres. Ela também relatou que, desde que aprendeu a produzir itens com a matéria-prima, teve um começo difícil e sofrido no artesanato, mas nunca desistiu de seguir atuando com o que ama fazer. “Eu tinha a certeza de que a escama de peixe veio para ficar, mas que dependia dos artesãos para isso acontecer”, disse.
Neste sentido, ela afirmou que o Sebrae foi fundamental para que não abandonasse o artesanato e, além disso, aprendesse mais sobre o empreendedorismo. “O Sebrae foi fundamental na minha vida. Vi, aos poucos, as mudanças nas vidas das nossas companheiras, que começaram a vender, serem reconhecidas e terem dignidade por gerarem a própria renda. Além disso, participar de diversas feiras, com apoio do Sebrae e do PAP, foi importante para abrir as portas para nós. Temos de ser empreendedoras. Fazemos nosso artesanato porque amamos, com o empreendedorismo podemos crescer”, salientou a artesã, que integra a Associação dos Artesãos Farol de Cabedelo, fundada em 2009.
Nesta 33ª edição do salão, que tem como tema “Toda arte que vem do mar”, as artesãs que trabalham com materiais provenientes do mar são as grandes homenageadas. “Este é um momento muito importante na minha vida e na história do artesanato da escama. Muitas que começaram já não estão mais aqui e outras desistiram da caminhada, mas essa homenagem é para todas nós e ficará na minha memória para sempre”, afirmou Teresa Júlio.
Habilidades manuais
A artesã Josenilda Marques, mais conhecida como Joinha, também é uma das expositoras do Salão do Artesanato Paraibano deste ano. Seus produtos, que são de madeira, ferragens, peças decorativas e utilitárias, são classificados como habilidades manuais. Ela contou que a ideia de ser artesã vem desde criança e que sempre fez algum tipo de trabalho com tecido ou reciclagem, até chegar ao trabalho atual.
“Comecei a vender meus produtos no Salão do Artesanato há alguns anos e em outras feiras, além de eventos em outras cidades. O Sebrae me orientou em como empreender, calcular preço/custo e já participei de algumas palestras, todas bem esclarecedoras”, afirmou.
Integrante do grupo de artesanato Clube do Fuxico, que se reúne uma vez por mês para confeccionar colcha de fuxico, a artesã vende tanto pelo Instagram quanto em uma loja física, que funciona na própria casa. “Participar dos salões tem sido as melhores experiências na minha vida. É gratificante e um grande sonho realizado. O empreendedorismo tem sido um mar de grandes possibilidades para meu negócio crescer em qualidade e vendas”, destacou.
O analista técnico do Sebrae Paraíba, Jucieux Palmeira, comentou que o Salão do Artesanato Paraibano é um importante meio para aumentar a participação dos artesãos em feiras e eventos, intensificando a cultura do empreendedorismo. “Assim, é possível fomentar no paraibano o sentimento de pertencimento de sua terra, valores culturais e raízes através do artesanato. O Salão é relevante, também, por valorizar o fazer artesanal, empregando materiais típicos da região”, avaliou.
Assessoria de Imprensa