O feriado alusivo ao São João, no final da próxima semana, deve registrar uma média de 71% na ocupação da rede hoteleira de João Pessoa, conforme números observados pela Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Paraíba. Se esse índice não está sendo considerado ideal pelo setor, o mês de junho deverá fechar com uma média de ocupação de 50%, segundo previsão do presidente da ABIH-PB, Rodrigo Pinto, percentual ainda mais baixo para o período.
De acordo com Rodrigo Pinto, desde o ano passado até o Carnaval o setor hoteleiro teve uma demanda reprimida. “Eu tenho dito que após o Carnaval nós iríamos voltar ao turismo normal com vários desafios”, pontuou o empresário. Nesse sentido, ele disse, que os hoteleiros não sabem o que é alta ou baixa estação. “No mês de julho, que seria férias, está todo mundo com diária baixa, porque também não tem demanda muito boa. Junho, igualmente, está se mostrando um mês de extremo desafio”. No segundo semestre, Rodrigo espera uma reação maior, observando os mapas de reservas.
A abertura do turismo internacional deve refletir negativamente para o setor hoteleiro paraibano. “O fato é que começou a abrir o mercado para o exterior, os voos para o exterior, e nossa malha aérea continua reduzida e cara. As passagens aéreas estão caríssimas de um modo geral, e nós estamos competindo com a Argentina”, afirmou. O turista que sai de São Paulo para a Argentina está gastando 48 mil milhas.
O empresário revelou que para o turista brasileiro ir a Mendoza, na Argentina, tomar vinho está muito mais barato. “Numa relação do real com o peso argentino, sai mais barato ir para lá do que para João Pessoa, que é 68 mil milhas, dependendo do período, e vai ter o custo de hotéis o mesmo da Argentina. Então, fica aquela concorrência que estava fechada e isso nos gerou nos últimos seis meses uma ocupação maior em 15% referente ao período pré-pandêmico”.
Para o presidente da ABIH-PB, agora, “chegou a hora da verdade e dos desafios, quando tem que voltar os eventos, captação de eventos para poder suprir essas lacunas da baixa estação. Aí, iremos entender como vai ficar novamente a sazonalidade do turismo em João Pessoa”.
Na opinião do empresário, os meses de maio, junho e julho não serão fáceis para a hotelaria da cidade. Alguns hotéis, inclusive, estão trabalhando abaixo da linha do equilíbrio financeiro, dependendo da categoria do hotel, do tipo de acomodação e serviços que oferecem. “Os custos de manutenção do hotel cresceram muito com a evolução da inflação, em cerca de 20% no último ano, assim como o custo de qualquer dívida que o empreendimento tenha. Aí espreme ainda mais a questão da crise financeira em alguns hotéis que trabalham com ocupação em torno de 50%.”
Fábio Cardoso
