O Aeroclube de Campina Grande está proibido de atender pousos e decolagens por determinação da Anac – Agência Nacional de Aviação Civil. Localizado no Distrito de São José da Mata, a interdição se deve à não renovação da inscrição cadastral junto ao órgão regulador. Conforme o TURISMO EM FOCO apurou, a Anac já havia informado sobre o risco de interdição, ignorado pela diretoria do aeroclube.
Com a medida, o equipamento não poderá atender a qualquer tipo de aeronave. De acordo com uma fonte da área aeronáutica, as aeronaves particulares de pequeno porte que ficam nos hangares não poderão ser utilizadas até a atualização do cadastro e liberação pela Anac. “Gera impedimento de operar algumas aeronaves, como a da ESAC/Unifacisa, que foi retirada de lá antes da medida para não ficar ‘presa’”, afirmou.
Sobre o tráfego aéreo, o TURISMO EM FOCO teve informação de que afeta apenas as operações de aeronaves particulares, não havendo praticamente nenhum impacto às operações regulares (Azul / Gol). “Em verdade, até aumenta a segurança operacional, pois os procedimentos de pouso/decolagem entre Aeroporto (João Suassuna) e Aeroclube de Campina se cruzavam em determinada região, o que ocasionalmente gerava um aviso de resolução, isto é, uma aeronave decolando ou pousando no aeroclube poderia se aproximar em voo de uma que estivesse indo pousar no aeroporto. Há alguns raros eventos, mas sem risco de colisão elevado, é só uma situação de gestão de tráfego aéreo.”
A reportagem teve acesso a uma simulação com imagens do Google Maps para mostrar que o prolongamento das pistas do Aeroclube (10×28) e Aeroporto (15/33) se interceptam. “Sempre há separação entre as aeronaves, seja por coordenação via Serviço de Informação Aeronáutica prestado pela Estação de Telecomunicações Aeronáuticas da Rádio Campina Grande e visualmente. Sem as operações no aeroclube, as operações no aeroporto ainda ficam mais seguras.”
Fábio Cardoso
