João Azevêdo sanciona Lei que torna tribos indígenas carnavalescas Patrimônio Cultural Imaterial da Paraíba

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O governador da Paraíba, João Azevêdo, sancionou a Lei que torna as tribos indígenas carnavalescas Patrimônio Cultural Imaterial da Paraíba. A sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado deste sábado (19). No texto do decreto, expõe que “entendem-se por Patrimônio Cultural os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, em conformidade com o artigo 216 da Constituição Federal”.

Os grupos de tribos indígenas carnavalescas existem desde o início do século XX e, apesar desse trabalho ser invisível aos olhares da sociedade, surgem como protagonistas no período de Carnaval. Em João Pessoa, as tribos se apresentam na programação do Carnaval Tradição, organizado pela Prefeitura de João Pessoa, despertando as atenções, principalmente, das crianças.

Um estudo da pesquisadora Jessyca Marins, divulgado em reportagem veiculada no Jornal da Paraíba no ano passado, aponta que atualmente há nove tribos indígenas carnavalescas em atividade na capital paraibana. São elas: Tupinambás, Tupy Guarani, Guanabara, Xavantes, Tabajara, Papo amarelo, Africanos, Pele vermelha e Ubirajara – oriundas de bairros da periferia de João Pessoa, como Mandacaru, Alto do Mateus, Cristo, Cruz das Armas, entre outros. 

De acordo com a pesquisadora, esses grupos são formados por 50 a 80 pessoas e, “no desfile do Carnaval Tradição, realizam uma dança dramática, que gira em torno do ritual da matança.” A apresentação começa com grandes capacetes, que são os abre-alas. Semelhantes a cocares, os itens pesam em torno de 40 quilos e, na encenação, os responsáveis por transportá-los são os primeiros a morrerem. Após todos serem mortos, aparece o pajé que recita uma espécie de grito de guerra, e depois disso, os indígenas ressuscitam, finalizando o desfile com a dança do sapo.

Fábio Cardoso – Foto: Gilberto Firmino/Secom-JP/Divulgação