Um dia em Itapororoca para lembrar e sonhar

Beth Espínola Paraíba

Joia rara

“A cara desse povo tem a minha cara
Encanto de beleza que me faz sonhar
Lugar tão lindo assim pra mim, é joia rara.”

Chegamos em Itapororoca com um pequeno grupo de jornalistas e digitais influences convidados pela prefeitura para conhecer um roteiro turístico que estava sendo lançado nesta segunda-feira (26).

Logo de início, fomos surpreendidos com um café da manhã debaixo de grandes árvores, no meio da Mata Atlântica, como a belíssima Sapucaia com mais de 100 anos, pássaros e o som das águas da nascente que distribui água para toda cidade gratuitamente. Também caminhamos pela trilha que tem pouco mais de 800 metros de muita história e beleza.
O Parque Ecológico Nascença tem uma boa estrutura com bares, feira de artesanato e uma piscina.

Na comunidade Curral de Dentro conhecemos uma casa centenária e a história de uma família que ali chegou e vive há mais de 100 anos. Um alpendre com suas cadeiras já preparadas para os bate-papos das comadres no fim da tarde. Os ladrilhos ainda intactos, tanto na igreja como na casa, são uma visita ao passado. Ao longe pude reparar um engenho desativado que me deu muita vontade de conhecer.

Partimos para a ‘Budega’ do Biu-Bau.
Em uma tradicional bodega tive o prazer de conversar com um senhor chamado João que me disse: “Nós compra caro, mas fica satisfeito, porque lá você abusa, toma dinheiro emprestado, compra fiado, manda a toda hora, abre tarde da noite, conversa com vizinhos e amigos e, o que é mais importante, compra pão, açúcar, sal, comprimidos, bebidas, gilete, cigarros, fumo de rolo, sabão, comida, vassoura, veneno, cimento, rapadura e o que mais queira, na medida do seu varejo e do seu dinheiro, é a salvação do pobre”.

Da bodega, partimos para o restaurante O Cangaço.
Eita trem bom.
Uma comidinha simples e cheia de afeto, onde a proprietária canta, dança e encanta, vestida de Maria Bonita. Pense num forró pé de serra arretado.

 

 

Projeto inédito
Um momento especial de nosso passeio foi a visita ao Sítio São João. Nele, o proprietário Tobias Lopes, desenvolve técnicas para a produção de abacaxi orgânico, sem nenhum tipo de agrotóxico, e grande parte do processo manual. A plantação ocupa apenas 4 hectares dos 40 hectares daquele local. Pouco, mas é o começo de um grande investimento em prol do meio ambiente. Os abacaxis orgânicos já são comercializados na Paraíba, em algumas redes de supermecados, e em Pernambuco, com projeto para ser expandido até São Paulo. O projeto do abacaxi orgânico, no Brasil, é desenvolvido apenas na Paraíba, Bahia e Pará.

Cultura na veia
O próximo passo foi em direção à Barragem Aruá, onde está a Trilha do Cangaço. Após uma subida de 300 metros, à beira de um pequeno precipício, fomos surpreendidos pelo grupo de Lampião e Maria Bonita que, na realidade, eram integrantes do Grupo Caba da Peste, da cidade. Foi uma apresentação linda e cheia de representatividade.

Despedida apoteótica
O encerramento da visita não poderia ter sido diferente. À beira da Barragem de Santo Antônio, degustando um tradicional café de final da tarde, cheio de frutas, queijos, bolos e doces, fomos contemplar o pôr do sol ao som de um exímio saxofonista. E o sol estava generoso com todos os presentes, se despedindo bem devagarinho. A casa do empresário Rodrigo Carvalho, futuramente, servirá de acomodação para visitantes poderem desfrutar de redários, passeios de barco e cavalos, noites regadas a vinho e fogueira e muitos causos a serem contados.

Itapororoca fica a pouco mais de 60 km de João Pessoa, no Vale do Mamanguape. É pouco mais de uma hora de viagem de carro e vale muito a pena dar uma passadinha por lá. O projeto ainda está em formatação e deve estar mais pronto no primeiro trimestre de 2023. Então, já coloque na sua agenda de viagem de final de semana aquela região, você não vai se arrepender.

Sim, o grupo viajou a convite da prefeitura da cidade, em parceria com o Sebrae e apoio logístico da PBTUR (Empresa Paraibana de Turismo).

Beth Espínola