Um Parque em Foz do Iguaçu que representa uma declaração de amor às aves e à natureza

Brasil
Estivemos visitando o Parque das Aves a convite do Visit Iguaçu

Podemos afirmar categoricamente que Foz do Iguaçu, no Paraíba, é um dos destinos turísticos da América do Sul mais preparado para superar as expectativas dos turistas, sejam eles brasileiros, assim como os estrangeiros. A cidade onde está localizado o Parque das Cataratas do Iguaçu – uma das sete maravilhas do mundo – tem um elenco de opções de lazer e divertimento, muitos deles em pleno contato com a natureza e que nos deixa encantados e com energia renovada.

Uma das dicas desses paraísos é o Parque das Aves, recentemente reaberto ao público totalmente revitalizado e que permite uma imersão completa e interação com as aves que lá vivem, ou sobrevivem, passando pelo Viveiro Aves de Rios e Manguezais, área de contemplação e convivência que permitem que todos conheçam de perto todo o  ecossistema e as aves.

Tivemos essa experiência durante um fampress organizado pelo Visit Iguaçu com jornalistas de todo o país, que estiveram em Foz do Iguaçu a convite dos organizadores da 18ª edição do Festival das Cataratas, que aconteceu de 31 de maio a 2 de junho. 

Durante cerca de duas horas, os turistas podem fazer um passeio entre os viveiros e estar ao lado deles, que nos ‘recebem’ com total tranquilidade e empatia. O Parque das Aves é a única instituição do mundo focada na conservação das aves da Mata Atlântica e, por isso, todo o passeio é monitorado pela equipe, que passa informações de cada viveiro.

No percursos, podemos conferir também algumas informações que nos fazem repensar o comportamento dos seres humanos em relação à natureza e às espécies que nela vivem. Por exemplo, 52% das aves que estão salvas no Parque são resgatadas do tráfico e de maus tratos. 

O Parque das Aves trabalha por um mundo melhor, onde as pessoas possam viver em harmonia com a natureza. Para isso, mantém 16 hectares de Mata Atlântica e mais de 1.300 aves, de cerca de 130 espécies, sendo mais de 50% proveniente de apreensões. O Parque também participa de diversos programas de conservação.

Uma história de amor à natureza e aos pássaros

No site do Parque (https://www.parquedasaves.com.br/ ) as pessoas podem conhecer um pouco mais do equipamento por meio de uma cronologia de tempo, que se dá início na década de 1970, exatamente no ano de 1976, quando a veterinária Anna-Sophie Helene se mudou da Alemanha para a Namíbia, na África, onde conheceu Dennis Croukamp. Eles trabalharam juntos, se apaixonaram e tiveram duas filhas: Anna-Luise e Carmel.

Na década de 1980, os dois ganharam um filhote de papagaio-do-congo, Pumuckl, que se tornou um membro da família. Em seguida, outras aves da mesma espécie foram trazidas, e logo o quintal da família estava repleto de aves. No início dos anos 1990, a família se mudou para a Ilha de Man, no Reino Unido. Um amigo sugeriu que abrissem um parque de crocodilos em Foz do Iguaçu, no Brasil. Dennis replicou: “Eu gosto de aves. Criaremos um parque e aves”.

Conta a história que os dois, com um livro que ensinava português em três meses, em 1993, eles compraram 16 hectares ao lado do Parque Nacional do Iguaçu e começaram a construir o Parque das Aves, em novembro de 1993.

Nessa década, o casal ainda revezava entre a Ilha de Man e Foz do Iguaçu, cuidando das filhas e das obras do Parque, planejadas para que nenhuma árvore nativa precisasse ser derrubada. Eles gastaram todas as suas economias nas construções e, graças ao esforço de diversas pessoas que se uniram à causa, o Parque ganhou forma.

As primeiras aves começaram a chegar em 1994, a partir de doações ou empréstimos de outros zoológicos, além de animais confiscados que foram enviados pelo Ibama. Nessa época, muitas espécies eram de outros continentes. Em 7 de outubro de 1994, apenas 11 meses após o desembarque de Dennis e Anna no Brasil, a família Croukamp inaugurava o Parque das Aves.

No ano seguinte à abertura do Parque, Dennis ficou muito doente. E dois anos depois de idealizar o Parque das Aves faleceu, na Ilha de Man, aos 70 anos de idade. Hoje existe um memorial dedicado a ele em seu lugar favorito do Parque, o Viveiro Aves de Rios e Mangues;

Na década de 2000 Anna teve que cuidar do Parque por conta própria, mas pôde contar com a ajuda de colaboradores na construção de um lugar que trabalha para a conservação de diversas espécies, sem intervir na floresta onde está instalado, encantando milhares de turistas todos os anos.

Da parque para exposição de aves, o equipamento passou a ser abrigo para as aves que sofreram abusos e encontraram um refúgio, muitas delas, espécies ameaçadas de extinção que tiveram a oportunidade de sobreviver renovadas por causa de nossos esforços e visitantes podem conhecer o nosso trabalho, ficar encantados e fazer parte de tudo isso.

Já na década de 2010, foram iniciados diversos projetos de conservação, principalmente de espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção, como a jacutinga, o papagaio-de-cara-roxa, o papagaio-de-peito-roxo, o mutum-de-alagoas e o cardeal-amarelo.

Em 2017, depois de ficar sabendo do desaparecimento da pombinha pararu-espelho (Claravis geoffroyi), a Dra. Carmel Croukamp, diretora geral do Parque das Aves desde 2010, decidiu focar as ações do Parque na conservação de espécies da Mata Atlântica.

Nos dias atuais, o Parque das Aves trabalha no resgate de aves apreendidas e fornece um ambiente acolhedor para as que não podem retornar à natureza, investe em pesquisa e na reprodução de espécies dentro de programas de conservação, além de educar crianças e capacitar professores com o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos, o consumo nos restaurantes e vendas na loja e no quiosque.

Desde sua criação, o Parque não para de crescer graças a um time de brasileiros que se dedica a continuar os sonhos de Dennis Croukamp, sendo hoje o maior parque de aves da América Latina. “Mas ainda há tanto por fazer!”, comenta Anna Croukamp.

Para chegar no Parque das Aves, as pessoas podem ir de carro ou ônibus, A Linha 120 (Parque Nacional – Centro) sai do centro de Foz até o equipamento, com o preço da passagem de R$ 5. Se for de carro, há um estacionamento ao lado, onde é cobrada a taxa de R$ 25, a diária. O parque funciona das 8h às 18h todos os dias. A entrada custa R$ 80 por pessoa (inteira). Há uma política de descontos que reduzem esse valor de acordo com o perfil do público.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comercial@festivaldascataratas.com ou pelos telefones (45) 3029-6603 e (45) 99958-0025.

Fábio Cardoso