Missão da Paraíba na China negociou de instalação de fábricas, intercâmbio acadêmico científico até aprendizado em chinês

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O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), reuniu a imprensa na manhã desta quinta-feira (27), no auditório da Cinep – Companhia de Desenvolvimento da Paraíba, para detalhar alguns projetos que foram tratados na China, durante uma missão do estado que esteve naquele país na semana passada. Foram negociados diversos protocolos de intenções desde a construção de fábricas de medicamentos, de máquinas agrícolas, produção de ônibus elétricos, estaleiro de reparos de navios de pesca e Terminal de Pesca, até investimento na área de turismo na cidade de Aguiar, no entorno do Projeto Bingo (telescópio gigante), e  no campo acadêmico, com intercâmbios nas áreas de Tecnologia de Informação, Ciências e Astrologia.

João Azevêdo afirmou que as empresas chinesas estão colocando o Brasil no radar para expandir investimentos em diversas áreas. Durante a apresentação da comitiva paraibana – feita em chinês – os empresários e governantes das províncias as quais o governador passou ficaram empolgados com a possibilidade de abrir negociação para investimentos na Paraíba. “Essa foi a primeira delegação brasileira a sentar para negociar com os chineses após a visita do presidente Lula, que é muito respeitado naquele país”, afirmou o governador.

Ainda sem poder dar mais detalhes, o governador revelou que está em via de concretizar a vinda de uma fábrica de medicamentos que seria construída em uma das cidades da Região Metropolitana de João Pessoa. Uma comitiva dessa empresa está agendada para desembarcar na Paraíba em agosto e ela é uma das maiores indústrias farmacológicas do mundo em termos de produção de medicamentos. “Ainda não podemos dar mais detalhes”.

A comitiva paraibana esteve na sede da Dahua Technology Co. Ltd., em Binjiang, que fabrica equipamentos de vigilância por vídeo. Durante esse contato, foi elaborado um termo de cooperação para a criação de um Centro de Treinamento a ser instalado em João Pessoa, com a participação de equipes da Universidade Estadual da Paraíba e do Instituto Federal da Paraíba. Também foi negociada, em Pequim, a instalação de um Centro de Formação Técnica em Engenharia com a construtora CCCC, uma das maiores do mundo. Esse intercâmbio também foi discutido com executivos da construtora CRCC. O setor da construção civil na China representa 30% do PIB (Produto Interno Bruto).

João Azevêdo disse que esteve na Xiamen King Long United Automotive Industry Co., Ltd, que fabrica entre diversos modelos de ônibus elétricos e até autônomos. Nesse encontro, os chineses se mostraram interessados em abrir uma fábrica no Brasil e já receberam o sinal positivo do governo paraibano para sentar e começar a negociar esse projeto, que teria área definida e até mesmo modelo de incentivo fiscal. “É do nosso interesse no campo econômico e também no meio ambiente, já que o nosso projeto de ter uma frota de ônibus elétrico é uma realidade”. Uma comitiva da empresa deve vir ao Brasil em agosto.

O governo da Paraíba esteve ainda na sede da  YTO Group Corporation, empresa que fabrica máquinas agrícolas, oportunidade em que começou a discutir a possibilidade de investir em maquinários na agricultura. Deverão ser criados de 6 a 8 projetos pilotos para saber da possibilidade do investimento em mecanização e em qual tipo de cultura e região no estado.

O governador preferiu não ‘chutar’ o montante de investimentos que poderão ser resultado dessa visita a China. “Estamos falando milhões de dólares e prefiro não chutar um valor”, afirmou. Segundo ele, somente na perspectiva de instalação de uma estrutura para produção de maquinário agrícola, seriam criados mais de 500 empregos. 

O entusiasmo do governo da Paraíba em relação às parcerias com a China são tão reais, que o governador admitiu a intenção de criar um intercâmbio acadêmico para que os paraibanos comecem a estudar a língua chinesa. Esse processo seria instituído no âmbito no projeto Conexão Mundo para que estudantes paraibanos tenham o domínio do chinês como mais uma idioma internacional.

Fábio Cardoso