Pai de Gabriel Diniz afirma a tristeza com a morte do filho tem aumentado

Brasil

Uma missa online programada pela família do cantor paraibano Gabriel Diniz – que será transmitida nos canais do músico no Instagram e no YouTube, a partir das 20h – marcará uma das homenagens ao artista no primeiro ano de sua morte, ocorrida em um acidente aéreo em Sergipe.

Um ano de ausência continua machucando familiares, amigos, artistas e fãs de GD (como era conhecido no meio). Em entrevista à Folhapress, o pai dele, Cizinato Diniz, de 53 anos, afirmou que a tristeza com a morte do filho tem aumentado com o passar do tempo, não diminuído. “As datas deixam a gente [ele e a mulher, Ana] mais emocionado, mas também vamos caindo na realidade com o passar do tempo”, afirma.

Cizi, como é conhecido, disse que a correria da carreira do filho era uma aliada para matar a saudade e a distância, porém, sempre havia uma expectativa de sua volta, sempre recheada de abraços, beijos e muita conversa divertida, algo que não existe mais. “Como Gabriel sempre viajava, a sensação era como se ele tivesse fora, mas o tempo passa e ele não volta. A cada data que se refere ao falecimento dele a gente tem a confirmação de que realmente aconteceu”, disse.

O pai de GD mantém uma rotina de conversas com os fãs do filho, respondendo cerca de 80 mensagens por dia nas redes sociais. Nesses contatos, segundo ele, há pedidos inusitados, como o de ouvir a voz dele, por ser parecida com a do cantor. Ele comemora o legado do filho, mas afirma que não diminui a tristeza.

Nesse contato com os fãs, também há muitas críticas desses mesmos fãs, que prefeririam, pelo que se saber, que o pai não incorporasse as redes sociais do filho para se autopromover. Cizi disse que não se importa com esse tipo de comentário e que continuará agindo assim, mantendo vida a memória do GD.

 

“Saber que ele fez uma coisa bacana é importante, mas perceber que ele não está mais aqui… Isso dói mais. Mas muitos fãs sofrem também, de uma forma intensa. Então, nós tentamos compensar isso com carinho, para que as pessoas se acalmem também, a gente tenta amenizar de certa forma.”

Com a exploração da carreira do GD, a partir do hit hit “Jenifer”, Cizi deixou o banco onde trabalhava para se dedicar na administração da carreira do filho. A mãe, Ana Maria, compartilhava esse trabalho. Mas, de uma hora para outra, tudo mudou. Com a morte do GD, não havia mais sentido manter toda a estrutura em torno da carreira. Toda a equipe da banda, 32 pessoas, foram demitidas.

Porém, Cizi decidiu manter-se no meio artístico. Resolveu iniciar um novo projeto e passou a empresariar o cantor Luka, de 22 anos, que era baixista de Gabriel e foi quem fez o arranjo do hit “Jenifer”, canção que fez com que GD tivesse alcance nacional. Hoje, 20 músicos já foram recontratados.

“O garoto é muito bom. Tanto como pessoa quanto como músico. Mas a gente evita músicas do Gabriel para que não haja aquele comentário ‘Ah! o pessoal quer substituir o Gabriel’. Até porque já existe a comparação por Luka ter uma certa semelhança com Gabriel, fisicamente e com aquela maluquice”, diz Cizi.

História
Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Gabriel Diniz começou sua primeira banda, chamada Loucos Por Forró, quando estava na escola, em João Pessoa, cidade onde cresceu. A carreira profissional, no entanto, teve início quando ele se mudou para o Recife, quando virou vocalista da banda Capim com Mel, e depois de abandonar o curso de engenharia elétrica, em 2012, embarcou em carreira solo.

Fábio Cardoso