A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, na tarde deste domingo (01), em Brasília, teve dois momentos impactantes, dentro e fora do Congresso Nacional. No plenário do Congresso, Lula fez um discurso político, afirmando que o relatório final do processo de transição de governo revela um quadro de “tragédia”, como desmontes na Saúde, Educação entre outras áreas.
“Desmontaram a Educação, a Cultura, a Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às florestas, a assistência social.”
“Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, a Ciência e a Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às floresta e assistência social, desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, do apoio às empresa, aos empreendedores e ao comércio externo, dilapidaram as estatais e bancos públicos, entregaram o patrimônio nacional”, citou. “É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”.
No item Covid-19, ele não poupou críticas e, alertando que não haverá “revanchismo” pelo “genocídio” praticado pelo governo anterior. Segundo ele, odo esse processo será apurado e os responsáveis punidos. Ele não citou nomes. “Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros com direito à ampla defesa, dentro do devido processo legal”, disse Lula.
O presidente falou ainda sobre a luta pela democracia, o combate ao fake news, do aumento da fome, do desemprego, mas de esperança em dias melhores. Apontou alguns pontos de seu governo, como o combate incansável contra a fome, as desigualdades sociais, a busca por moradias, igualdade salarial entre homens e mulheres, desarmamento – “o Brasil não precisa de armas, precisa de Educação”.
No parlatório um Lula mais humano e emotivo
Já falando como presidente, agora na parte externa do Congresso, no Parlatório, Lula se mostrou mais humano e mais emotivo, sendo obrigado a interromper o discurso em razão do choro incontido, quando falou da fome do povo e dos invisíveis que sobrevivem de restos debaixo das pontes das grandes cidades. Disse praticamente as mesmas coisas, mas em um tom mais elevado, inclusive, lembrando os momentos difíceis aos quais passou quando esteve preso na Polícia Federal, em Curitiba (PR), citando ainda o golpe ao qual tirou a então presidenta Dilma Rousseff da presidência da República.
Lula elencou novamente alguns dos pontos do relatório final do processo de transição de governo e, nesse instante, mais de 40 mil vozes gritavam e pediam para que não houvesse anistia aos responsáveis por esses crimes. “Sem anistia”, gritava a multidão.
Entre as promessas que pretende colocar em política de governo está: discutir uma nova legislação trabalhista; zerar filas no INSS; revogar os decretos sobre armas do ex-presidente Jair Bolsonaro e encerrar o teto de gastos.
Juramento à Constituição Federal
No Congresso Nacional, Lula e Alckmin foram recebidos pelos senadores e deputados federais. A solenidade de posse foi protocolar, com o juramento dos dois presidentes e vice eleitos fazendo o juramento de respeitar a Constituição Federal. Lula foi recebido na rampa do Congresso pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Na mesa estiveram
Fábio Cardoso, com Agência Brasil e G1 – Fotos: Marcelo Camargo/AB, Leopoldo Silva/Agência Senado