Tornar o Aeroporto de Campina Grande em um hub regional será um grande desafio para Azul e Governo da Paraíba

Aviação Destaque Fábio Cardoso Paraíba

Os números são frios e desafiadores. O Aeroporto de Campina Grande/João Suassuna é a grande aposta da Azul Linhas Aéreas para ampliar a sua presença no mercado nordestino, em especial, no interior, iniciando um processo de novos voos, buscando tornar o equipamento um hub regional. 

A aposta tem a parceria do Governo do Estado, que ofereceu redução na alíquota do ICMS que incide sobre o combustível de aviação, uma aposta ousada, se formos analisar os dados de movimentação de passageiros (embarques e desembarques) e de operações nos cinco primeiros meses de 2023, conforme divulgado pela Aena Brasil, empresa espanhola que administra seis aeroportos no Nordeste – além de Campina, os de João Pessoa, Recife (PE), Maceió (AL), Aracajú (SE) e Juazeiro do Norte (CE).

Vamos olhar para esses dados inicialmente. Em relação ao movimento de passageiros no mês de maio – dados mais recentes – o João Suassuna registrou uma queda de 2,0%, com 11.138 passageiros embarcando e desembarcando, em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a queda foi de 11,8%, com 47.336 passageiros – quase três vezes menos do que o Aeroporto de Juazeiro do Norte.

Em relação ao número de operações (voos) – e aí sim será o grande desafio do investimento da companhia aérea -, o Aeroporto de Campina Grande registrou uma queda de 7,3%, em maio deste ano, com 242 voos comerciais e executivos. Nos cinco primeiros meses de 2023, a queda foi de 9,1%, com apenas 964 operações. Juazeiro do Norte teve redução de 15,2%, porém, com 2.691 operações no período.

A partir do mês de junho, que historicamente é de alta movimentação no Aeroporto de Campina Grande em decorrência dos festejos juninos, quando aumenta a demanda de voos e de passageiros desembarcando para curtir a festa, a Azul iniciou diversos voos, muitos deles inéditos e diretos, como para Fortaleza (CE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (Congonhas).

É uma aposta alta, porém, respaldada pela direção da companhia aérea, que vê a Paraíba como “a bola da vez” no turismo de lazer e de negócios. “Temos tido um olhar diferenciado para o mercado paraibano, que tem correspondido e não será diferente desta vez”, pontuou Marcelo Bicudo, diretor de Marketing e Negócios da Azul. 

A companhia aérea, inclusive, já está comercializando passagens para um novo voo no interior da Paraíba, que começa a ser operado no dia 17 de julho, entre Recife e Cajazeiras, no Alto Sertão. A Azul já opera um voo para Patos, utilizando aviões de porte menor da Azul Conecta – modelo Cessna Grand Caravan, com capacidade para até nove clientes, o mesmo equipamento que será utilizado para a nova operação.

Entãoagora é torcer para que essa aposta tenha sucesso.

Fábio Cardoso