Trade da Paraíba entregará documento com reivindicações ao Governo do Estado e Prefeitura de João Pessoa

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As principais associações do trade turístico da Paraíba, a exemplo da ABIH (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Paraíba) e Abav (Associação das Agências de Viagens) pretendem entregar um documento ao governador da Paraíba, João Azevêdo, e ao prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, onde fazem uma série de reivindicações para atenuar os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus em todo o mundo.

A ação foi revelada pelo presidente da Abav-PB, Breno Mesquita, na sexta-feira à noite (10), durante uma Live realizada pela Embaixada de Negócios da Paraíba, mediada pelo empresário Paulo Júnior.

Mesquita citou alguns números que mostram a importância do setor de turismo para a economia. No Brasil, o segmento representa 7,9% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e é responsável por 6,59 milhões de empregos. Como efeito da crise, 90% das agências de viagens na Paraíba estão fechadas e não existe qualquer tipo de receita. O mesmo tem ocorrido na hotelaria, que praticamente tem a maioria de seus hotéis parcialmente ou totalmente fechados.

O documento que será entregue aos gestores do Estado e Município reivindica, entre vários pontos, desconto no valor do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) do exercício 2021; redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) por 120 dias ou até quando a pandemia terminar; Isenção de taxas de serviços como água, energia e iluminação pública, igualmente por 12 meses.

O presidente da Abav-PB disse que os representantes do trade turístico pretendem entregar o documento pessoal aos gestores e não apenas protocolá-lo, para evitar demora no processo de discussão das medidas e na sua efetiva aplicação.

A Live teve a participação do presidente do Convention Bureau de João Pessoa, Marcus Abrantes, e do advogado tributarista Vladimir Miná, além de Breno Mesquita e Paulo Júnior. O debate girou em torno de medidas que podem ser tomadas para minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus e tentar mensurar os impactos na economia.

15 eventos foram adiados para o 2º semestre em João Pessoa

Marcus Abrantes revelou que a instituição conseguiu adiar para o segundo semestre, pelo menos, 15 eventos e que apenas um foi efetivamente cancelado, mas por uma questão atípica. A promoção desses eventos, segundo ele, representa uma injeção de cerca de R$ 40 milhões na economia de João Pessoa e que será preciso uma ação conjunta de todo o trade para que não se corra o risco de perder esses recursos.

O presidente do bureau pessoense disse ainda, que a instituição já havia fechado importantes parcerias para a promoção de ações para captação de eventos tanto com o Governo do Estado, por meio da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), como a prefeitura (Secretaria de Turismo) e o Sebrae da Paraíba.

As parcerias foram fechadas para ações como realização de fambusiness e visitas técnicas de inspeção; a participação em eventos do mercado M.I.C.E; o apoio institucional ao Observatório do Turismo de Eventos, visando fomentar indicadores para o mercado de eventos local; divulgação do Destino Paraíba em meios de comunicação especializados no mercado M.I.C.E.

Sobre a provável judicialização nos pedidos de reembolsos de pacotes turísticos e passagens aéreas, o tributarista Vladimir Miná disse que a MP (Medida Provisória) traz um fôlego para as agências de viagens, que poderão negociar em uma condição melhor com os seus clientes.

Um ponto que tem sido polêmico, porém, é o período da remarcação das passagens. Miná disse que existe uma sazonalidade que resulta em redução ou aumento do valor das passagens. Entretanto, caso o cliente queira a devolução do dinheiro, isso pode ocorrer em 12 vezes após o fim da pandemia.

Não haverá fechamento em massa de agências de viagens

O presidente da Abav-PB contestou que a crise não provocará fechamento em massa de agências de viagens. Segundo ele, além da MP, existe uma série de linhas de crédito onde as agências podem pedir ‘socorro’ financeiro.

“A maioria das agências de viagens é de microempreendedores, que têm até quatro funcionários, e que podem ser inseridos em algumas dessas linhas de crédito”, apontou o empresário.

Mesquita foi enfático ao afirmar que os agentes de viagens estão sendo protagonistas no processo de negociação com os clientes, mostrando o caminho correto e não se furtando de prestar todos os esclarecimentos, inclusive, se propondo a fazer o reembolso caso o cliente não queira negociar. Na opinião dele, passado esse período, a população terá um novo olhar para a importância de fechar seus pacotes, suas passagens aéreas e reservas em hotéis nas agências de viagens.

Fábio Cardoso